Paulo Angioni comenta sobre barca Tricolor e necessidade de vender jogadores para saúde financeira do clube
Por Rafa Gutierrez
A fim de brigar por títulos em 2022, o Fluminense foi buscar sete reforços no mercado para abastecer o trabalho do novo-velho treinador, Abel Braga. Porém, como nem só de contratações se vive um clube de futebol, o Tricolor também conta com a saída de atletas do plantel. Além de jogadores como Egídio, que saíram após não terem seu vínculo renovado, o atacante Lucca foi oficializado como novo jogador da Ponte Preta e Cazares caminha para ser o próximo a deixar o clube. Em entrevista cedida ao Ge, o diretor executivo de futebol do Fluminense, Paulo Angioni comentou sobre o assunto e respondeu se o Tricolor precisa vender jogadores para manter sua saúde financeira no ano. Confira:
“Acredito que não tem outro jeito, você tem uma necessidade de receita para poder sustentar. Cada dia que você passa e aumenta sua qualidade de serviço, ela se torna bem mais cara. E para sustentar isso precisa ter recurso. Não adianta nada colocar para dentro atletas de bom nível e depois não honrar, porque aí o problema é muito maior. A expectativa do Nino era uma, mas a coisa não andou. Ok, mas isso não quer dizer que se amanhã surgir uma proposta por um jogador o Fluminense não irá avaliar. Claro que vai. Por isso que procuramos ter dois jogadores ou três do mesmo nível (por posição), porque se faltar um tem outro”.
Sobre Cazares, o diretor executivo de futebol foi adiante:
“A situação do Cazares é um pouco mais complexa. Ele é um excelente jogador, com uma qualidade de muita exuberância, mas na oportunidade que a gente entendeu que ele iria ter muito espaço para trabalhar não resultou nisso, por escolhas dos treinadores. E entendemos que para ele permanecer nessas condições, tornaria uma ocupação de espaço de outro, e ao mesmo tempo encareceria a nossa folha salarial. O jogador, de maneira muito elegante, também entendeu, assim como seus representantes, e fechamos um conceito de forma muito amigável”.
Com a chegada de Mario Pineida e Cristiano para a lateral-esquerdo, muito se especula que Marlon e Danilo Barcelos possam ser negociados pelo Flu. Paulo Angioni deu seu parecer sobre os jogadores e utilizou o meia Gustavo Apis como exemplo para falar sobre a necessidade de ter jogadores jovens atuando com regularidade.
“Eles têm mais um ano de contrato. O Marlon ainda é jovem e, com a chegada do Cristiano, passa a ter um pouco menos de espaço do que teria. Pelo que se espera do Cristiano, porque não é matemática. E entendeu-se a possibilidade de fazer um novo empréstimo dele ou uma venda, mas não está decidido. O Danilo que existe a possibilidade de sair. O Marlon fez uma temporada boa em Portugal e uma excelente na Turquia, mas não aconteceu nenhuma proposta de compra. Agora ele voltou, teve período de nova adaptação ao futebol brasileiro e nas rodadas finais participou de forma boa. É uma situação que nos deixa um tanto quanto tranquilos no investimento feito nesse jogador. Só que de repente ele sem espaço é ruim porque é jovem, e o jovem precisa jogar”.
“Um exemplo é o que está acontecendo com o Gustavo Apis, que foi muito visto no Nova Iguaçu, e a gente trouxe para o sub-23. Ele demonstrou ser bom jogador, mas vai ter pouco espaço. A gente precisa colocar ele para praticar. Como ele já fez uma temporada e meia no sub-23, entendemos que precisava crescer. A Série B é uma competição muito boa hoje, e resolvemos emprestá-lo após insistente procura do CRB. A gente acredita que vai maturar bastante e, quando retornar em 2023, vai estar pronto para brigar por posição na equipe principal. É um paralelo um pouco distante, mas é uma visão que temos desse processo”.
Neste cenário de necessidade de saídas para abastecimento de caixa, o nome do atacante Luiz Henrique é constantemente citado no exterior quando se fala em jovens talentos brasileiros. O Moleque de Xerém já é considerado titular e um dos destaques do time principal do Flu. Ainda em entrevista para o Ge, Angioni comentou sobre o garoto e respondeu se o clube já recebeu alguma proposta oficial.
“Olha, oficial não. Oficioso, toda hora. Porque ele é o jogador talvez hoje mais monitorado no mundo. Muita gente já veio aqui ver o Luiz Henrique. O futebol é sempre surpreendente. Dessa geração, o ataque na base era Luiz Henrique, João Pedro e Marcos Paulo. Mas pouco se falava do Luiz Henrique na época. Hoje ele é muito importante para nós. É um menino que está sabendo crescer, continua na humildade dele. E não tenho dúvida de afirmar que ele está sendo visto no mundo, porque muita gente já veio, vários olheiros, scouters… A gente acaba sabendo, né?”.
ST